Agosto

• Autoria de Thaís Kafuri Santana, acadêmica do curso de Bacharelado em Direito da PUC Goiás e Membro da Liga Acadêmica de Acessibilidade ao Direito (LAAD).

Você foi meu agosto em pleno janeiro.
Com o mesmo gosto de brisa que derruba minhas folhas secas.
Uma conversa fácil com uma fonética difícil de compreender.
Desses diálogos que estendem as horas em um mês, e logo o que é um ano inteiro.
A verdade é que sempre que você fala, ganho a sensação de que Deus dá uma pausa pra te ouvir também.
Aproveito esses momentos antes de te transformar em um delírio na minha cabeça e te escorrer dos meus olhos como o orvalho da manhã.
Antes do brilho do sol me cegar e roubar sua visão de mim.
Ou da neve apagar a sensação da sua pele na minha pele.
As estações nunca passam sem levar um pouquinho do que é meu com elas.
Sem um pouco de pequenas mortes que ganham minúsculos enterros na lama rasa.
Não poupam os nossos sorrisos que deixei apagar em fumaça.
Ou os momentos que roubei para serem meus.
Só não passam na minha cabeça.
Ainda é agosto na minha cabeça.