Poetizou 22 – Solidão quebra-versos, quebra-gente
- Autoria de Denise Machado Leal, bacharel em Direito, fundadora e Presidente da LAAD.
Solidão quebra-versos, quebra-gente.
Eu não sabia, mas a solidão que eu sentia
era um pouco de medo, de saudade, de ciúmes,
e um tanto de ignorância. Mas é claro!
É foi por essas razões que eu fechei as minhas portas.
Digo, as portas de mim mesma.
(E aí fiquei me sentindo sozinha).
Veja bem, eu não queria ter conversas longas e demoradas,
pois julgava que ninguém me compreenderia,
e que quem compreendia estava já distante;
Eu não queria saber como os outros me viam,
o que eu sentia era que apesar de me amar muito,
eu não me entendia como digna para amores duradouros de outrem.
A minha linguagem é rebuscada,
e não é só porque as vezes escolho palavras diferentes e não óbvias,
mas também porque a minha linguagem do sentir
foi feita em outros moldes.
Vai ver que sou mesmo, impossível,
uma rosa com tantos espinhos, tantos.
Então, sim! Medo de todas as teorias e paranóias
se confirmarem em todas as esferas;
saudade do passado e dos sonhados, mas, impossíveis futuros;
ciúmes de todos, porque uma hora ou outra, optam por caminhos mais fáceis (do que eu);
enfim, ignorância, porque não estou a par, desconheço, ou simplesmente ignoro,
muito de mim mesma, e geralmente sequer entendo,
porque é que fica, aqueles que ficam.
Da solidão sempre se é mais fácil falar no passado, de tempos de outrora,
como se jamais fosse um transtorno presente.