• Autoria de Adriana Ferreira, Graduanda em Direito e Membra da LAAD, em homenagem ao seu pai Elivanio Paulo Ferreira.

Certa vez meu pai me disse “Eu nunca vou te proibir de fazer o que quer que seja, para que um dia você não possa me dizer que não viveu porque eu não permiti”, nesse dia eu o considerei imprudente: poxa eu só tinha 14 anos, ele não tinha que ser chato, limitador e tudo mais? Passei dias, noites e anos tentando compreender o que ele quis me dizer com aquelas palavras sempre me questionando porque meu pai pronunciou aquelas palavras.

Até que durante essa semana, passados exatos 11 anos, em uma conversa com um amigo ele me disse “Oh minha amiga, sei que não sou exemplo e nem tenho nada para ensinar, mas uma coisa que aprendi é que a única pessoa que vale a pena é você mesmo, enquanto estiver te fazendo bem é importante ficar. Você tem que se preocupar em ser feliz, faça o que te agrada, se der vontade de sair, saia”.

Nesse momento tive a mesma sensação quando ouvi aquelas palavras do meu pai, me deparei com o fato de que sempre fui uma boa filha, sendo uma das melhores alunas no colégio e cumprindo sempre com minhas obrigações, e a bem da verdade, por vezes cumprindo obrigações que nem eram minhas. Estórias de aventuras e festas? Tenho poucas, e é pelo fato de sempre avaliar minha postura em cada lugar onde estou. Porém o meu pai sempre aproveitou o máximo que pode de tudo, podemos dizer que eu e ele somos dois opostos, talvez seja por isso um dos motivos que tanto o amo.

Com a mensagem do meu amigo, consegui responder uma pergunta viva em mim por anos, finalmente, e assim consegui compreender o que meu pai quis dizer: “minha filha viva,  divirta-se, se jogue, beije quem quiser beijar, saia com quem quiser sair, dance com quem e como quiser dançar, pare de se cobrar, se liberte dessas responsabilidades dessas limitações, respire aproveite isso aqui que chamamos de vida”.

Hoje meu pai completa 50 anos, e ele sempre me diz algo que eu ainda não me cansei de ouvir: “eu nunca me arrependi de tudo que fiz, nem dos lugares por onde passei, das bocas que beijei, e de tudo que vivi, na verdade, se pudesse faria tudo de novo, porque por aqui a gente só passa uma vez”. Obrigada pai, por me ensinar tanto, e sempre, me dar asas para voar.